sexta-feira, 17 de abril de 2009

Entrevista para o Blog Fashion Yuppies

Olá pessoal! Já fazia uns dias que não atualizávamos, mas a vida está numa total correria!
Então, para saciar a sede por novidades, vou postar aqui, na íntegra, a entrevista que demos para o blog FAHSION YUPPIES!

A matéria ficou bem longa, mas vale muito a pena ler!! Assim vocês podem conhecer melhor não só o nosso trabalho, mas também a nós! Bem, segue então a matéria abaixo:

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Sobre as estilistas...

FY - Quem é Nina Godinho? (idade, cidade onde nasceu, formação)
Nina Godinho – 25 anos, nasceu e mora em Porto Alegre. Formada pelo SENAI de Moda e Design-RS nos cursos de Estilismo em Confecção Industrial, Modelagem I e Modelagem Avançada e graduada no curso de Design da ULBRA-RS.Em 2004 criou sua marca Paprika, a qual expunha no Mix Bazaar e em bazares diversos na cidade de Porto Alegre. Trabalhou como produtora de moda em diversos eventos (entre eles o desfile de aniversário de 25 anos das sandálias Melissa), modelista (em empresas como Lojas Renner, Farrow, Dimato’s, etc) e estilista da Verbeam Confecção Infantil. É responsável por todas as funções de produção como modelagem e costura. Participa do processo criativo, desenvolve a pesquisa de tendências e atua na parte de comunicação com o cliente e pela internet, além da parte de produção dos eventos.

FY - Quem é Amanda Dorneles? (idade, cidade onde nasceu, formação)
Amanda Dorneles - 24 anos, nascida em Porto Alegre, formada pelo Senai
em Estilismo em Confecção Industrial e é graduanda do curso de Design da Ulbra.

FY - Quem é Ianny Bastos? (idade, cidade onde nasceu, formação)
Ianny Bastos - Tenho 24 anos, nasci em Belo Horizonte, MG (sou “mineirucha”, como diz meu pai, um mix de mineira com gaúcha, já que vim bem pequena pra cá e fui criada aqui, ehehhe). Sou formada em Estilismo e Confecção Industrial pelo SENAI Moda e Design RS e curso o 6° semestre de Design de Moda e Tecnologia da Feevale

FY - Hobby...
NG – Bom, atualmente meus hobbys são comprar tecidos bacanas, procurar coisas legais na Internet e costurar leggings – muuuuuitas leggings! Hehehe
AD - Além do básico música e cinema, gosto de criar coisas, sejam elas desenhos, pinturas, bordados, bonecos, acessórios, objetos úteis ou inúteis , heheh. Enfim, coisas que envolvam trabalho manual, de preferência bem minucioso e complicado!
IB - Ver filmes em casa, ver TV, ouvir música...

FY - Quando e como surgiu interesse na área da moda?
NG – Minha história com a moda vem desde muito pequena... Ainda com 5 anos, antes mesmo de aprender a ler e escrever, eu já circulava com meu caderninho de desenhos pela casa arriscando alguns rabiscos. Incentivando o talento para o desenho, meus pais compraram vários livrinhos com figurinos de Barbies, para que eu fosse treinando os traços enquanto copiava alguns modelos. Não demorou muito tempo eu já estava não somente criando roupinhas de Barbies nas folhas dos cadernos, como também me arriscava a desenvolver alguns modelitos com tecidos e muita costura a mão (isso já com uns 10 anos). Foi daí, então, que percebi a Moda – através da Barbie! Então com 14 anos meus pais me colocaram no meu primeiro curso de Estilismo, na Escola Santa Catarina, e desde então eu nunca mais voltei “ao normal”!
AD - Sempre gostei muito de desenho e o que eu mais gostava de desenhar eram meninas, com roupas fantásticas cada vez mais elaboradas...lembro que eu imaginava, desenhava e ficava pensando:"bAH ia ser muuuito legal se essa roupa realmente existisse". Daí acabei entrando para a faculdade de Design mas vi que não era bem aquilo que eu gostava. No meio do curso, a Ianny me chamou pra entrarmos juntas no curso de Estilismo do Senai. Foi aí que eu descobri tudo que se pode fazer, criar e dizer através da moda e foi então que me apaixonei! Acordar as seis da manhã para ir à aula se tornou um prazer!!
IB - Quando cursava Design na Ulbra fiquei sabendo por amigas do curso do SENAI em Moda. Me matriculei em seguida, com a Amanda, já que era algo que eu me interessava muito e gostava desde pequena; minha mãe e minhas avós costuravam, então tive alguma vivência com esse universo desde cedo.

FY - Quais livros essenciais na biblioteca de um estilista?
NG – Bah, eu sou bem suspeita pra falar! Admito ser um pouco viciada em livros de moda, então se fosse pra listar, minha lista teria uns 500 títulos! Hehehe Mas, bem por cima, acho que é essencial se ter, pelo menos, uma enciclopédia básica da moda (“Moda de A a Z” e/ou “Moda: O Século dos Estilistas”). Eu adoro comprar livros sobre estudos sociológicos da moda, sobre filosofia da moda, enfim, adoro teorias! Atualmente, meu livro de cabeceira é o maravilhoso “Observatório de Sinais”, do Dario Caldas. Esse eu recomendo a todos, fazendo moda ou não!
AD - Olha, além dos livros básicos de história da moda e do vestuário, livros de modelagem, livros de grandes estilistas, etc etc acho que na biblioteca de um bom estilista não podem faltar livros que NÃO falem exclusivamente sobre moda. Livros de história, biografias, arte, cinema são necessários pois fornecem repertório e embasamento cultural, para que se possa criar algo realmente original e conectado a realidade em que vivemos ao invés de ficarmos atrelados à fantasias e mesmices.
IB - Todos. Acredito que um bom designer de moda tem que, além de estar em contato com a bibliografia básica da área, estar atento a tudo o que o rodeia, sem distinção. Eu gosto de ler sobre cinema, sobre música, artistas que me identifico, sobre história, política... Acredito que hoje em dia a qualidade está em misturar, em ser multimídia, em saber e se interessar em um pouco de tudo, afinal interagimos e somos influenciados por muitas áreas. E tudo pode virar um tema, um trabalho.

FY - Sabendo que as estilistas da casa participam de todas etapas, desde a criação ao desenvolvimento das peças, qual é a especialidade e/ou preferência de cada uma?
NG – Eu sou a única das meninas que faz e – pasmem! – gosto de modelagem. Inclusive, esse é o meu trabalho fora da Casa de Tolerância: modelista. Então acho que se pode dizer que essa é a minha especialidade – além de, claro, também criar, produzir, costurar, etc e tal, que é o que todas fazem juntas, sempre, na Casa de Tolerância.
AD - Eu gosto muito da parte que envolve o tema da coleção. É um aspecto muito interessante, delimitar o tema , contextualizá-lo dentro da coleção, definir como será traduzido em cada detalhe das peças pois acho que o tema é a alma das nossas coleções. Eu diria que eu sou especialista na parte de definição de acabamentos das peças, na escolha de tecidos e aviamentos, em processos que envolvam trabalhos manuais, na criação de acessórios para styling dos catálogos e desfiles.
IB - Minha especialidade e preferência é a criação e o planejamento de coleção. Gosto muito do desenvolvimento de estampas também, que divido a execução com a Amanda, assim como o material gráfico.

FY - Inspiração...
NG – Vale dizer “Vida” aqui? Enfim, hoje o sol pode me inspirar, e amanhã a chuva. Tudo depende de como estou, com quem estou, onde estou... De maneira geral, acho que tudo pode ser inspiração!
AD - A natureza, Arte, musica, pessoas, até as coisinhas pequenas do cotidiano..tudo inspira para quem está aberto e atento!
IB - Complexo isso... Cada vivência que eu tenho me influencia e muda minhas referências. Em geral, gosto de coisas elaboradas, gosto do detalhe, do feito com cuidado, adoro os contrastes, gosto do bizarro, do inusitado, do nostálgico, do melancólico, mas também gosto da delicadeza, da pureza, da força da simplicidade e da sutileza das coisas, do autêntico e do genuíno.

FY - Um estilista...
NG – Alexander McQueen
AD - Vivienne Westwood
IB - Admiro o trabalho sutil e elegante da Huis Clo e a habilidade do Karl Lagerfeld de inovar mantendo a identidade da marca.

FY - Uma marca...
NG – Vale dizer Casa de Tolerância?!
AD – Alexander McQueen
IB - Casa de Tolerância!

FY - Moda é...
NG – Expressão!
AD - Acima de tudo uma linguagem, uma maneira de comunicar, de dizer sem falar o que pensamos sobre nós mesmos e sobre o mundo ao redor.
IB - Maneira de expressão, uma das lentes que a gente usa para entender um universo.

Sobre a casa...

FY - Quem sugeriu o nome "Casa de Tolerância"?
AD - Olha pra dizer a verdade, não dá pra lembrar exatamente quem de nós sugeriu , mas o nome surgiu de uma manhã de muita brincadeira e risadas, num intervalo de aula do Senai, quando a idéia de ter uma marca nossa ainda era um sonho.... nem tão distante..hehehehe
IB - O nome surgiu num brainstorming coletivo. Antigamente, as “casas de tolerância” eram casas de prostituição. Quisemos utilizar a concepção da liberdade que o nome sugere, pois nessa época, os ditames e regras de conduta eram muito rígidos, e o único lugar onde as pessoas podiam se libertar de alguma maneira e fugir do convencional era a casa de tolerância. Além disso, o nome carrega o conceito irreverente inerente ao nosso trabalho.

FY - Como surgiu a ideia de criar um coletivo de moda?
AD - Bom, quando estudávamos no Senai, estava começando a fervilhar uma cena de bazares de moda em Porto Alegre. Além do Mix Bazaar, vários bazares estavam acontecendo em cafés, bares, lojas e afins. Nós já tínhamos marcas próprias e vendíamos nesses bazares. Eu tinha a Marvada, a Ianny vendia pela Ianny Bastos e a Nina tinha a Paprika. Durante um bazar da loja Pó de Estrela, as donas da loja perguntaram se não gostaríamos de fazer um bazar só pra nós. Imediatamente começamos a maquinar várias possibilidades e tivemos a idéia de fazer um bazar temático, onde desenvolveríamos peças exclusivamente para esse tema. E a idéia foi crescendo: "pq não fazer um desfile temático?" "pq não fazer um coletivo de estilistas criando juntos, que sempre faça desfiles temáticos?".... e mais ou menos assim, chegamos aqui!!
IB - Surgiu da necessidade de enfrentar as adversidades do mercado, difícil para quem começa. E também da vontade de unir visões diferentes sobre as coisas e agregar valor ao produto final.

FY - Qual é o conceito da marca?
NG – Acima de tudo, prezamos pela irreverência das nossas coleções. Afinal de contas, moda é expressão, inspiração, representação! E há melhor maneira de se expressar do que com muito bom humor e atitude?
IB - Irreverência, originalidade, conteúdo.

FY - Qual é o público da Casa de Tolerância?
NG – O público da Casa tem crescido e se diversificado cada vez mais. A cada coleção abrimos portas para novos grupos, novos estilos e novos clientes. Claro que é difícil generalizar, e até mesmo errado, mas podemos dizer que a mulher da Casa de Tolerância possui gostos parecidos com os nossos, tem acesso à informação de moda, é irreverente – claro! – e tem entre 20 e 30 anos. Os homens da Casa já são um pouco mais complicados de definir, pois atingimos tanto o público alternativo quanto o tradicional, na faixa dos 20 anos pra cima. E esses dois públicos são completamente diferentes!! Como fazemos? Prestamos muita atenção em nossos clientes, nas pessoas que nos procuram pedindo informações sobre a marca, elogiando o trabalho (ou criticando), dando sugestões, etc. E isso se aplica tanto para o público feminino quanto masculino, claro.

FY - Como é a ambientação do local de trabalho, assim como os desfiles, também é temático?

NG – Na realidade, a Casa de tolerância não possui uma loja, ou um escritório. Como funciona? Todos nos perguntam! Enquanto ainda não temos – porque teremos em breve – uma loja/ateliê, cada uma de nós trabalha no ateliê de sua casa, e nos encontramos sempre que necessário em minha casa, onde ficam as matérias-primas (tecidos, aviamentos, modelagens, etc). Claro que cada ateliê possui uma decoração digna da personalidade de sua dona: o ateliê da Amanda é cheio de peças, detalhes, tecidos, fios, etc. Já o da Ianny é mais clean e organizado. O meu é uma incógnita: horas está limpo e organizado, horas está caótico e todo revirado; tudo depende do andamento do trabalho, da correria do dia-a-dia e também do meu humor!!

FY - Qual a maior influência da casa?

NG – Não posso falar por todas, mas percebo que na Casa de Tolerância as maiores influências são, sempre, nossas vivências e experiências pessoais. Cada qual com sua história, sempre acrescentando um pouco à história da outra, e assim vai! Pessoalmente, a cada coleção a Casa parece ser influenciada de maneira diferente, dependendo do tema e de nossas decisões dentro do coletivo. E isso é muito bom, pois nunca cansamos do nosso trabalho!
IB - Cinema, música, artes, comportamento.

FY - O que inspirou a coleção atual?
AD - Como quem nos acompanha já deve saber, gostamos de brincar, de afrontar e de "quebrar o gelo das coisas". Nessa próxima coleção, chamada Rock Époque, nós resolvemos transgredir a elegância e a formalidade da Belle Époque - que foi um período histórico de opulência burguesa - através da juventude e da rebeldia do Rock'n'roll. Então buscamos inspiração nas formas e cores do período da Belle Époque e no Art Nouveau bem como na estética agressiva e um tanto desleixada - porém cheia de atitude - que o movimento Rock apresenta desde os anos 50.

FY - O que a marca trará de novidades na próxima coleção?
NG – A Casa de tolerância procura sempre se reinventar de maneira diferente, porém coerente com nossa identidade. Algumas novidades da próxima coleção, Rock Époque, são as já famosas Leggings Animais que recentemente lançamos, enquanto o outono não esfria de vez para lançarmos a coleção inteira. Outra novidade que já podemos adiantar é o lançamento da coleção, com desfile/show como costumamos fazer, porém será feito numa noite inteiramente voltada à moda em Porto Alegre. Não vou entregar todos detalhes assim tão fácil, mas já aviso para ficarem atentos, pois será em maio!
IB - Reedições das peças mais queridas, mais tamanhos, novos contrastes de cores e tecidos.

FY - Onde e como adquirir as peças?
NG – Como falei, não possuímos loja. Nossas maiores vendas são feitas através da Internet, pelo site www.casadetolerancia.com.br ou pelos grupos Orkut, Flickr, Fotolog, etc. Procuramos sempre colocar nossas peças à venda em algumas lojas, mas essas parcerias estão mudando sempre à cada coleção. Assim conseguimos mostrar nosso trabalho em mais de um local sem precisar, necessariamente, fazer uma grade muito extensa de peças – a Casa de Tolerância procura sempre produzir um número limitado de modelos, pois prezamos pela exclusividade e sabemos o valor que ela tem!

FY - Quais objetivos da Casa de Tolerância?
NG – Nossa, objetivos são muitos!! Não estamos nunca satisfeitas! Estamos sempre bolando novas idéias, novos projetos, enfim... Mas acho que nesse momento, o maior objetivo da Casa de tolerância é atender seus clientes com qualidade e respeito, e procurar sempre oferecer produtos de qualidade e personalidade. Dentre as questões materiais, nosso primeiro e principal objetivo no momento é a abertura de uma loja/ateliê, onde poderemos dar mais atenção aos nossos clientes e oferecer cada vez mais um atendimento especializado e atencioso. Tudo com muita qualidade, sempre!

2 comentários:

  1. Adorei a matéria! Ficou longa, mas valeu a pena ler! Pude "escutar" a voz de vocês em cada resposta! ;D
    Saudade de tolerar com vocês!
    Beijos de Portugal

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